eu fico pensando em como eu ainda procuro, desesperadamente, qualquer coisa. um sinal de que você ainda existe, uma conta aberta, um twitter, seu facebook, seu blog, seu curiouscat. um email. uma mensagem. eu não tenho mais o seu número de telefone — seu contato provavelmente ainda existe no meu email, mas eu prefiro não levar tudo longe demais.
eu tô te abandonando, mas mesmo assim eu não te deixo pra trás de jeito nenhum. eu penso sobre tanta coisa e eu me sinto livre, mas eu sinto falta de alguma coisa. eu procuro você com um pé atrás e com uma dor no meu coração, preocupada sobre o que vai surgir. eu penso que tomara que você esteja bem, tomara que você esteja viva. eu sinto medo de você morrer. eu fico pensando sobre quanta coisa tá acontecendo com você e que eu nem posso mais ajudar com palavras a escapar das coisas que acontecem e que só te resta aceitar; que eu e você, a gente só queria se ver mais uma vez, e não vamos mais. quem sabe, na verdade, a gente se veja, né? seria o supra-sumo do sofrimento todo, eu congelada, você se sentindo mal. eu disse que nos tornaríamos estranhas, mas é pior: um estranho não tem medo de encontrar o outro, eu tenho medo de encontrar você. e ao mesmo tempo, eu te procuro, ao mesmo tempo que repito na minha cabeça burra, burra, burra. amanhã eu vou sair com amigos e eu me lembro de me sentir tensa sempre que ia sair por não te dar atenção, mas que você não parecia se sentir assim, aí eu penso que talvez se sentisse. é esquisito porque são coisas sobre as quais a gente fala com alguém, mas se acontecia desse jeito, como a gente ia falar uma pra outra? eu penso que você foi a primeira menina que eu beijei, a primeira menina que eu namorei, a primeira pessoa que teve um impacto tão forte em mim, dese jeito. com você eu descobri até onde vai o amor, no meu corpo e na minha mente.
quem diria que ia acabar assim? eu abro seu blog numa guia anônima e espero alguma coisa. um post sobre superação. um post sobre estar triste. um post sobre estar bem — mas você trancou seu instagram, você excluiu suas contas, e eu não tenho como saber se você está. o quê? eu não vou perguntar a todo mundo, eu sinto que não é mais meu lugar. sabia? eu acho bem mais fácil as pessoas gostarem de você, e eu acho que elas deveriam ter seu carinho. com que cara eu vou até lá e digo que você me magoou? e eu falo com toda a certeza, mas soa mal, porque eu te magoei, também, mas você não vai falar disso. ou talvez fale, sei lá. é mais fácil me afastar, por mais que eu sinta falta de todas aquelas pessoas, e encarar isso como um sinal de que tudo vai ser diferente. talvez eu deixe de sentir nervoso quando falam de signos, quem sabe? talvez um dia eu consiga assistir evangelion. ou ouvir hamilton de novo. ou as músicas de undertale. ou até mesmo death cab for cutie — é tudo tão apropriado com você, tão certo, que eu me sinto roubando coisas que são suas, mesmo que eu não tenha mais nada a ver com você.
é engraçado como eu tento me afastar e, de todo jeito, os fiapos daquele fio vermelho ainda ligam meu mindinho ao seu.